Hoje nos reunimos para falar do que vimos, vivemos e sentimos. Refletimos sobre os últimos acontecimentos desde o dia 12 de maio:
Assembléias, passeata, apitaço, assembléias, tensão, incertezas, assembléias, rostos cansados, tensão, mais assembléias, pressão, informações desencontradas, revelações...Sarau!
O Sarau foi para nós um momento de fazer uma breve revisão dos acontecidos, já que havia entre nós alguns que estiveram distantes, um momento de certa descontração, já que depois de um feriado prolongado nos reencontrávamos e por que não dizer momento de festa intelectual, já que muitos de nós, apesar do pouco tempo, preparamos algumas poesias reflexivas, e até musicas que expressaram o sentimento coletivo que vivemos nesse momento, momento de luta...de muito aprendizado.
Todos que chegaram sentiram logo um clima amistoso, fraterno de partilha, e a idéia foi tão bem aceita, que foram raros os que não se propuseram a ler pelo menos uma linha, mesmo que timidamente, de um poema qualquer que falasse de vida, amor, pão, trabalho, luta... Teve até quem ousou querer fazer rir com uma historia de matuto! Fez rir, mas só porque os companheiros foram generosos e não queriam deixá-la sem graça....
Falamos de Marx, Maiakovski, Bertolt Brecht, Vinicius de Moraes, Marina Colasanti, Cristiano P., Jessié Quirino, de musicas pra "sorrir", chorar, refletir, poemas curtos que não se disse o autor, de cartas longas em tempos de revolução...
Fomos até chamados a atenção porque ovacionávamos nossos companheiros em cada leitura feita, em cada poesia recitada, e protestamos...Claro, protestamos, caso contrário, não seríamos revolucionários...
O espaço escolhido foi a biblioteca da Unicastelo, nosso palco de tantos momentos tensos de trabalhos e estudos para as provas e apresentações muitas vezes para o dia seguinte, naquele momento de Sarau, foi o espaço de expressar, de extravasar, desabafar, de ensinar e aprender, dividir e somar, com quem tinha acabado de chegar e com quem batalhou nessa guerra e até com os antipáticos que não quiseram se juntar a nós e preferiram ficar em seus cantinhos, lendo seus livrinhos, no lugar de dividir conosco essa extraordinária experiência de construção, de emancipação, de reflexão, de crescimento que jamais esqueceremos...
Esse Sarau não foi só uma experiência acadêmica, foi uma experiência de vida!
A todos que contribuíram para que o Sarau acontecesse, nosso sincero agradecimento, aos que deram vida as letras no papel impresso cheio de poesia e significado, obrigado pela generosidade de vencer a timidez para dividir conosco tantas expressões marcantes, aos nossos colegas antipáticos que não se deslocaram de suas mesas nem para saber o que estávamos fazendo, obrigado, por que nos deram a oportunidade de novamente exercitar o nosso espírito revolucionário.
Ao pessoal da biblioteca, obrigado por garantir o espaço sempre aberto, mesmo que com alguns estranhamentos e até um pedido de silencio....
Para finalizar uma frase de Bertolt Brecht
“ Privatizaram sua vida, seu trabalho, sua hora de amar e seu direito de pensar.
É da empresa privada o seu passo em frente.
Seu pão seu salário.
“E agora não contente querem privatizar o conhecimento, a sabedoria, o pensamento, que só á humanidade pertence...”
E nosso salve, num grito gigante:
“O MOVIMENTO É UNITÁRIO, É PROFESSOR, ESTUDANTE E FUNCIONÁRIO!”
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